Com a missão de mudar

Para ser franco, nem tudo era de primeira qualidade quando Maxime Coutat chegou a Reynoldsville, nos EUA. Alguns números estavam indo na direção errada e as práticas de gestão teriam se beneficiado se estivessem mais alinhadas com o estilo de liderança da empresa, de acordo com Maxime Coutat, Diretor da Unidade de Produção de Ferramentas Redondas da Seco, uma marca da Sandvik, em Reynoldsville.

De certa forma, essa foi uma boa notícia: "Isso me deu uma grande oportunidade de aplicar e tornar real o que venho pregando para os outros", diz Coutat, que passou grande parte de sua vida profissional na Seco, orientando outras pessoas sobre como criar um local de trabalho saudável e otimizado.

Durante anos, Coutat viajou pelo mundo como consultor interno para ajudar as fábricas da Seco e os clientes a melhorar suas operações. O cargo de gerência em Reynoldsville significava que era hora de entregar; de executar o que ele ajudava os outros a visualizar enquanto dirigia um projeto de Transformação da Unidade de Produção na Seco.

"Quando cheguei, me senti muito bem recebido pela minha equipe de gerentes, que tinha uma mentalidade muito aberta e uma grande vontade de melhorar as coisas", diz ele.

O primeiro desafio foi conseguir a adesão da força de trabalho

O primeiro desafio foi fazer com que uma força de trabalho, não muito acostumada a mudanças, se juntasse à jornada e compartilhasse a visão de transformar a fábrica em uma empresa de pessoas com um objetivo comum: transformar a unidade de produção de Reynoldsville em uma referência em termos de produção enxuta e cultura empresarial.

"Isso não é algo que eu possa realizar sozinho em meu escritório. Portanto, meu trabalho tem sido apontar a direção e fazer com que as pessoas entendam que isso é algo que fazemos juntos", diz Coutat.

Ele está convencido de que todos ficam felizes em contribuir se lhes for dada uma chance. "Para ter sucesso, porém, você precisa ser aceito e as pessoas o testam para descobrir se você está à altura do trabalho."

Uma de suas primeiras missões foi conhecer as pessoas do setor. Depois de apenas alguns meses, ele conhecia a maioria das pessoas pelo nome. A primeira grande mudança foi alterar a estrutura organizacional e fazer com que a gerência trabalhasse mais perto das pessoas. Dois supervisores de turno se tornaram um gerente de produção, e um novo nível de cinco gerentes foi introduzido.

"Funcionou bem, e sabíamos que as pessoas que promovemos tinham competência. Acredito que parte do sucesso foi o fato de que essas eram as pessoas que os outros também teriam escolhido", diz Coutat.

A Niagara Cutters fabrica ferramentas redondas na pequena cidade rural de Reynoldsville desde 1976. Em 2010, a fábrica tornou-se uma subsidiária integral da Seco Tools LLC. Dois anos depois, a Seco Tools passou a fazer parte do Grupo Sandvik. Muitos dos cerca de 90 funcionários estão na empresa há mais de 30 anos - e alguns há mais de 40 anos.

Quem sou eu para lhes dizer qual é o trabalho deles?

"Minha missão é garantir que todos conheçam a direção e saibam como contribuir, mas muitos estavam tão acostumados a que lhes dissessem o que fazer que não foram receptivos às mudanças que propusemos", diz Coutat.

A jornada de transformação em andamento não tem sido fácil. Mesmo assim, as coisas estão melhorando gradualmente. Em todos os lugares há os primeiros a adotar, os que seguem e o grupo que não é tão aberto a novas ideias. De acordo com a experiência de Coutat, aqueles que resistem mais frequentemente se tornam os maiores defensores do projeto. Portanto, ele não está desistindo de ninguém. Ele quer ver as pessoas terem sucesso.

Melhoria de figuras importantes

Timothy Garstka trabalhou em estreita colaboração com Maxime nesse primeiro ano no local. Ele é o Controlador da Unidade de Produção/Gerente Financeiro e a pessoa que ocupou o cargo de gerente intermediário até a chegada de Maxime. Garstka diz que há um claro antes e depois em relação ao início dessa jornada de transformação em Coutat.

"Há muito tempo, a intenção era acabar com os silos entre as diferentes partes, mas isso não foi bem-sucedido até a chegada de Maxime. Ele trouxe muita energia positiva e colocou o foco real nas pessoas. Se você andar pelo salão hoje, poderá sentir que a atmosfera está mais leve. As pessoas estão mais engajadas e mais felizes", diz Timothy.

Os KPIs confirmam o que eles dizem. Há um ano, a pesquisa trimestral da empresa mostrou que 43% da força de trabalho achava que a empresa tinha uma comunicação aberta e honesta. O número mais recente é de 74%. No mesmo período, o envolvimento dos funcionários passou de 60% para 71%.

Para melhorar ainda mais esses números, foi lançado um novo programa, o Life 2. O objetivo do Life 2 é promover a crença e a expectativa de que as pessoas querem contribuir quando têm uma chance. Para ajudar a atingir esse objetivo, todos recebem 30 minutos por dia para aprimoramento. Três dias por semana, 15 minutos desse tempo são dedicados ao treinamento em manufatura enxuta, técnicas de produção, vídeos inspiradores ou visitas a outras fábricas, para melhorar o trabalho diário.

Minha meta é criar um ambiente de trabalho em que todos se sintam à vontade para discutir tudo

"Compartilhamos a estratégia com todos e damos a cada pessoa uma área de foco e uma meta de foco, para que vejam a ligação entre o que estão fazendo todos os dias e a meta geral da empresa. Não estamos mais dizendo às pessoas o que devem fazer, estamos perguntando a elas qual é a sua melhor contribuição", diz Coutat.

Maxime Coutat não é o único que tentou promover mudanças nessa fábrica. A explicação de Timothy Garstka para o fato de Maxime estar no caminho do sucesso é sua paciência.

"Ele ouve as pessoas e as capacita a tomar as medidas que estão sugerindo, e é bom em reconhecer as pessoas por suas contribuições", diz ele.

As pessoas permanecerão em foco nessa jornada de transformação, para garantir que aqueles que ainda hesitam em mudar se abram para as novas ideias.

"Meu objetivo é criar um ambiente de trabalho em que todos se sintam à vontade para discutir tudo. Ainda temos um longo caminho a percorrer até que todos aqui se sintam confortáveis o suficiente para dizer ao 'chefe' o que ele deve fazer de diferente, mas estamos trabalhando para isso", diz Maxime Coutat.