É hora de abraçar o espírito empreendedor

Inovação e empreendedorismo andam de mãos dadas. Em uma época em que a inovação bem-sucedida é um pré-requisito para o sucesso, é mais crucial do que nunca que as empresas aprendam a aproveitar seu espírito empreendedor. Isso se aplica a todas as empresas, incluindo gigantes industriais estabelecidos, como a Sandvik.
Nunca antes foi tão importante para a Sandvik nutrir suas raízes empresariais. Como a digitalização possibilita a geração de mais informações sobre produtos e serviços e acelera os processos, os fabricantes precisam responder com ciclos de vida de produtos mais curtos e tomadas de decisão rápidas.
William R. Kerr is a professor at Harvard Business School. His research focuses on how companies and economies explore new opportunities and generate growth.O professor William Kerr, especialista em novas oportunidades de negócios e crescimento corporativo da Harvard Business School, nos Estados Unidos, argumenta que as grandes empresas de engenharia têm a oportunidade de se diferenciar da concorrência aplicando uma mentalidade de startup em seus negócios. As startups têm menos despesas gerais e são mais ágeis, mais flexíveis e, em geral, mais inovadoras.
"O empreendedorismo não é específico ao tamanho da empresa", diz Kerr. "Você não precisa voltar a ter dez funcionários para criar uma mentalidade de startup. As empresas já estabelecidas têm o poder de permitir essas transformações."
É importante identificar os principais marcos
Ele diz que uma maneira de possibilitar essa transformação é tratar um novo empreendimento ou projeto como uma startup com recursos limitados.
"Em comparação com as startups, as empresas estabelecidas podem, ironicamente, investir muito dinheiro na exploração de novos empreendimentos, quando na verdade precisam aprender a gastar menos e, em vez disso, testar os conceitos do novo empreendimento usando técnicas mais baratas e mais eficazes", diz Kerr.
Ele diz que as etapas cruciais na direção certa envolvem o uso de metodologias como o teste enxuto e a busca da resolução antecipada dos principais riscos que determinarão a viabilidade no mercado, como a profundidade do interesse do cliente e a economia unitária efetiva para a produção.
"Uma das primeiras coisas a serem trabalhadas é a preparação", continua ele. "Isso significa não colocar todos os seus recursos em algo de uma só vez, mas, em vez disso, identificar os principais marcos que confirmam se vale a pena prosseguir com um empreendimento. Se a sua empresa fosse uma startup, você nunca teria recebido todo o dinheiro de que precisava desde o início."
Muito a aprender com o setor de software
O desafio que corporações como a Sandvik precisam enfrentar, diz ele, é como adotar as melhores práticas e metodologias de gestão que já transformaram os setores de software e comércio eletrônico - como testes virtuais, startup enxuta, formas ágeis de trabalho, abordagens que se concentram em obter feedback rápido dos clientes e uso eficaz de testes - e aplicá-las ao seu mundo.
A Sandvik já levou algumas dessas práticas a sério e fez da forma empreendedora de trabalhar uma parte central de sua agenda estratégica. Para a Sandvik, isso significa tornar-se mais eficiente, fazer melhorias contínuas, tomar decisões mais próximas do cliente e agir de maneira flexível e ágil.
"Não existe uma solução única para todos, e cada empresa precisa se adaptar ao seu ambiente e cenário de negócios exclusivos", diz Kerr. "Mas para as empresas capazes de fazer essa adaptação e aplicar completamente os insights de fronteira para experimentação e crescimento, agora é o melhor momento para se colocar à frente do jogo."